Verbos e Conjugação Correta no Mundo Corporativo: SER Algo ou ESTAR Algo?

No mundo corporativo, a forma como usamos os verbos “ser” e “estar” pode ter um impacto significativo na nossa compreensão das funções e profissões. Muitas vezes, vemos uma confusão entre cargos e profissões, e isso pode levar a mal-entendidos sobre a natureza das nossas carreiras e das nossas responsabilidades.

Uma profissão é algo que se sustenta ao longo da vida. É o alicerce da nossa identidade profissional e geralmente resulta de anos de estudo e prática. Por outro lado, cargos são temporários e refletem funções que desempenhamos em determinados momentos da nossa carreira.

Vamos usar um exemplo prático para ilustrar essa diferença:

  • Engenheiro: Esta é uma profissão. Alguém que estudou engenharia e obteve a qualificação necessária é um engenheiro. Esta identidade profissional não muda com o tempo; uma vez engenheiro, sempre engenheiro.
  • Diretor ou CEO: Estes são cargos. Um engenheiro pode se tornar um Diretor ou CEO, mas esses são papéis temporários. Eles podem estar Diretor ou CEO por um período, mas sua profissão de base, ser engenheiro, permanece constante.

Outros Exemplos no Mundo Corporativo

  • Médico: Profissão que exige anos de estudo e prática clínica. Um médico pode estar Gerente de um hospital ou Chefe de uma equipe de pesquisa, mas sua identidade profissional como médico não muda.
  • Advogado: Com formação em Direito, um advogado pode assumir cargos como Diretor Jurídico ou Consultor de Compliance. No entanto, ele é e sempre será advogado.
  • Professor: Um professor com anos de dedicação à educação pode se tornar Coordenador Pedagógico ou Diretor de Escola. Ele pode estar nesses cargos por um tempo, mas sua essência profissional como professor permanece.

Identificar-se excessivamente com um cargo pode levar a uma série de problemas, tanto pessoais quanto profissionais. Primeiramente, essa identificação pode criar uma sensação de arrogância e superioridade. A posição de Diretor ou CEO é temporária e dependente de inúmeros fatores que podem mudar. Quando nos apegamos a esses títulos, corremos o risco de perder a humildade e a capacidade de aprendizado contínuo.

Além disso, a utilização de termos como “transição de carreira” pode, em alguns casos, mascarar a realidade de um desemprego ou de uma busca por novas oportunidades. Enquanto a transição de carreira é um processo legítimo e comum, é importante ser transparente e honesto sobre o estágio atual da nossa jornada profissional.

No mundo corporativo, a humildade e a honestidade são essenciais. Reconhecer que podemos estar temporariamente fora do mercado de trabalho ou que estamos em busca de novas oportunidades demonstra uma maturidade profissional e uma compreensão clara da nossa trajetória.

Por exemplo, um engenheiro que foi Diretor de uma empresa e atualmente está procurando novas oportunidades não deixa de ser engenheiro. Dizer “Sou engenheiro e estou em busca de novas oportunidades após ter sido Diretor” é uma forma honesta e humilde de expressar a situação atual, sem a necessidade de se apegar a um título passado.

Na jornada da vida, frequentemente ouvimos histórias de sucesso e ascensão meteórica, mas raramente discutimos a realidade de ter que descer todos os degraus que já subimos e recomeçar do zero. Esse processo, embora desafiador, é uma parte natural da nossa trajetória e pode ser uma oportunidade valiosa para crescimento e renovação.

Voltar ao início pode acontecer por diversas razões: uma mudança de carreira, a busca por um novo propósito, ou até mesmo circunstâncias imprevistas que nos forçam a reavaliar nossos caminhos. Independentemente do motivo, descer esses degraus não deve ser visto como um fracasso, mas sim como uma etapa necessária e natural.

Quando nos encontramos no ponto de partida novamente, a perspectiva pode parecer assustadora. A sensação de ter perdido o que foi conquistado pode ser avassaladora, mas é crucial lembrar que a experiência e o conhecimento adquiridos ao longo do caminho permanecem conosco. Esses elementos são ferramentas poderosas que nos preparam para enfrentar novos desafios com mais sabedoria e resiliência.

Recomeçar exige coragem. Cada degrau representa um novo desafio, e é fundamental abordar cada um deles com paciência e determinação. A pressa para voltar ao topo pode levar a decisões precipitadas e erros evitáveis. Portanto, é importante encarar cada etapa do processo com calma, reconhecendo o valor de cada pequeno avanço.

Abraçar a ideia de recomeçar com naturalidade significa aceitar que a vida é feita de ciclos. Assim como as estações mudam, nossas circunstâncias e objetivos também evoluem. Descer os degraus do sucesso e recomeçar do zero pode, na verdade, abrir portas para oportunidades que não teríamos considerado antes. Pode ser uma chance de redefinir nosso propósito e explorar novas paixões.

Lembre-se de que não estamos sozinhos nessa jornada. Muitos antes de nós tiveram que recomeçar e muitos depois de nós também enfrentarão esse desafio. Compartilhar nossas experiências e aprender com as histórias de outros pode oferecer uma perspectiva valiosa e nos dar a força necessária para continuar.

Recomeçar do zero é uma parte intrínseca da vida. É um lembrete de que o sucesso não é uma linha reta, mas um caminho cheio de voltas, paradas e novos começos. Encare cada degrau de desafio com naturalidade, sabendo que cada passo, por menor que seja, é um avanço em direção a um novo e promissor capítulo, esse recomeço é uma prova clara que de você não é algo, e sim esteve, você é o que estudou para ser, o que se aplicou e isso ninguém irá tirar de você.

Entender a distinção entre “ser” e “estar” no contexto corporativo é crucial para a nossa carreira e desenvolvimento profissional. Saber que podemos estar em diferentes cargos ao longo do tempo nos permite explorar novas oportunidades e assumir diferentes responsabilidades sem perder de vista nossa identidade profissional.

Essa consciência também ajuda na comunicação dentro das organizações. Quando reconhecemos que um colega é, por exemplo, um engenheiro, mas está desempenhando o papel de Gerente de Projeto, respeitamos sua expertise e trajetória profissional, enquanto valorizamos sua contribuição temporária em uma função específica.

No mundo corporativo, é essencial usar corretamente os verbos “ser” e “estar” para evitar confusões e reconhecer a verdadeira natureza das nossas profissões e cargos. Profissões são para a vida toda, enquanto cargos são papéis temporários que desempenhamos ao longo da nossa jornada profissional. Ao entender essa distinção, podemos navegar melhor nas nossas carreiras e contribuir de forma mais eficaz para nossas organizações.

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