Os Aproveitadores do Cavalo Morto: Um Alerta Ético no LinkedIn

O LinkedIn, uma das maiores plataformas profissionais do mundo, foi criado com o intuito de conectar pessoas, empresas e oportunidades. No entanto, nos últimos tempos, tem se tornado palco de um comportamento alarmante: o aproveitamento da fragilidade de pessoas desempregadas por indivíduos e empresas que oferecem serviços de “melhoria de currículo”, “mentoria” e afins. Embora tais serviços possam ser legítimos, há uma linha ética tênue sendo cruzada quando são direcionados de maneira exploratória a quem já está em situação de desespero.

É comum ver, diariamente, posts de pessoas vulneráveis, declarando abertamente suas dificuldades para conseguir emprego. Muitas vezes, esses relatos são repletos de emoção, expondo a pressão financeira, a frustração e o medo do futuro. Esses desabafos, apesar de legítimos, tornam-se iscas para aqueles que veem uma oportunidade de lucro em vez de um pedido de ajuda.

Outro dia vi uma pessoa com um nível de formação altíssimo implorando uma oportunidade de emprego ou sua família seria despejada e não teriam mais onde morar. E ao mesmo tempo vi uma pessoa pegando esse mesmo post e compartilhando ele com comentários oferecendo serviços “milagrosos”.

O problema não está na oferta de serviços como revisão de currículos ou mentorias de carreira. Esses serviços, quando prestados por profissionais qualificados, têm obviamente seu valor. No entanto, o conflito ético surge quando tais serviços são promovidos de forma agressiva, predatória e sem preocupação genuína com os resultados ou com o bem-estar do cliente.

Pessoas em situação de desemprego extremo, muitas vezes, estão esgotando seus últimos recursos financeiros. Nesse contexto, o ato de “vender esperança” sem qualquer garantia concreta ou empatia pelos desafios enfrentados pelo outro é, no mínimo, questionável.

O ponto central dessa discussão é a ética. Aproveitar um post de alguém que está expondo sua fragilidade para divulgar um serviço não é aceitável. Há inúmeras formas legítimas e respeitosas de um “mentor” ou prestador de serviços divulgar seu trabalho, como por meio de campanhas direcionadas, networking, ou até mesmo entrando em contato diretamente com quem está em busca de ajuda, de forma privada e respeitosa.

Transformar o pedido público de socorro de uma pessoa desesperada em uma oportunidade de autopromoção, no entanto, cruza a linha do aceitável. Isso não apenas ignora a vulnerabilidade emocional do outro, mas também sugere uma falta de empatia profunda, uma vez que a prioridade deixa de ser ajudar genuinamente e passa a ser se promover a qualquer custo. Esse tipo de abordagem pública, muitas vezes revestida de uma falsa aura de benevolência, serve mais para projetar a imagem do “mentor” ou prestador do serviço do que para oferecer uma solução real e sensível à pessoa em necessidade.

Muitos desses serviços oferecem resultados que, na prática, podem ser impossíveis de comprovar ou medir. Um currículo visualmente atraente, por exemplo, não garante uma entrevista de emprego. Da mesma forma, conselhos genéricos sobre “melhorar sua presença online” podem ser ineficazes se não forem adaptados às necessidades reais do mercado e do profissional.

O perigo é ainda maior quando os chamados “especialistas” não têm a qualificação necessária para orientar pessoas em momentos tão críticos. Eles se baseiam em fórmulas genéricas, discursos motivacionais vazios e estratégias que, na maioria das vezes, não produzem o impacto prometido.

Além disso, é essencial oferecer alternativas acessíveis ou até gratuitas para quem está em situação de vulnerabilidade, como webinars, conteúdos informativos ou sessões introdutórias de orientação. Não se trata de trabalhar de graça, mas de equilibrar a relação entre ajuda genuína e prestação de serviço.

Há algum tempo eu fundei a TV Humana que é uma webtv que tem o objetivo de divulgar informações positivas, nessa TV temos pessoas de altíssimo nível distribuindo conteúdo de altíssimo valor e gratuitamente (Não estou fazendo propaganda da TV Humana, mesmo porque é sem fins lucrativos), para aqueles que buscam orientação profissional, sugiro assistirem nossa programação pois temos inúmeros videos com a participação de especialistas, seja em Linkedin, recolocação, comportamento e afins.

Para aqueles que estão em busca de ajuda, é importante saber identificar quem realmente quer contribuir para o seu crescimento profissional e quem está apenas explorando a sua fragilidade. Aqui estão algumas dicas:

  1. Verifique as Credenciais: Pesquise sobre o histórico do profissional ou da empresa. Confira depoimentos e avaliações.
  2. Desconfie de Promessas Milagrosas: Frases como “Conquiste seu emprego dos sonhos em 7 dias” ou “Transforme sua carreira com um simples passo” devem ser analisadas com cautela.
  3. Procure Opções Gratuitas Primeiro: Muitas organizações e profissionais oferecem recursos gratuitos ou de baixo custo para ajudar quem está desempregado.
  4. Avalie Custo-Benefício: Pergunte-se se o investimento financeiro proposto é realista em relação ao seu orçamento atual e aos benefícios esperados.

É fundamental que os usuários do LinkedIn, tanto profissionais quanto aqueles em busca de emprego, promovam uma cultura de apoio mútuo. Denunciar comportamentos antiéticos, apoiar quem está vulnerável e oferecer ajuda sem interesses ocultos são formas de tornar a plataforma um lugar mais humano.

Aos profissionais e empresas que oferecem serviços na área, fica o convite para uma reflexão: o seu trabalho está ajudando ou explorando?

O verdadeiro sucesso está em construir uma reputação sólida baseada na ética e na empatia, e não em ganhos rápidos à custa de quem já está sofrendo.

O desemprego é uma ferida aberta em nossa sociedade. Tratar quem está passando por isso com dignidade e respeito é o mínimo que podemos fazer. Afinal, no fim das contas, ajudar alguém em um momento de necessidade não só transforma a vida dessa pessoa, mas também eleva o nível de humanidade e integridade da nossa própria atuação.


Participação: “Envie suas perguntas e comentários! Adoramos ouvir suas ideias e sugestões sobre como podemos melhorar nossa news!!

francisco.garcia@difini.com.br


Confira a TV Humana, a WebTV dedicada a mostrar o “lado bom da humanidade”. Como fundador, tenho o privilégio de colaborar com um grupo de amigos altamente talentosos e capacitado, criando conteúdo dinâmico focado em educação, entretenimento e cultura. Acesse www.tvhumana.com.br e confira meu programa semanal, “Papo na Cidade“, onde converso com personalidades de diversos segmentos. Venha explorar conosco os aspectos mais positivos da vida!

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